Autor: Jane Austen
Editora: Grupo Editorial Record
Best Bolso
Ano: 1818
Número de Páginas: 255
“A pessoa que não sente prazer com um bom romance, seja cavalheiro ou dama, só pode ser intoleravelmente estúpido.”
Lançado post-mortem, A Abadia de Northanger é
considerado um dos trabalhos mais divertidos da inglesa Jane Austen (autora de
Orgulho e Preconceito). Conhecida pelas ironias e pelo bom humor, além das
críticas a sociedade inglesa da época, em seus romances, Jane faz graça com um
gênero literário muito popular em sua época: a chamada literatura gótica,
precursora do terror como nós o conhecemos hoje, onde há heroínas enjoativas,
vilões dos mais perversos e assombrações inigualáveis, como nos filmes de Wes Craven.
Logo nas primeiras páginas de A Abadia de Northanger, Jane deixa bem
claro que sua protagonista não é uma heroína comum como esperam seus
contemporâneos que ela seja. A personagem não é a mais bela das belas, nem a
mais inteligente das moças, não possui uma vida cheia de glórias ou dramas,
apenas uma garota comum de 17 anos igual a todas as outras da época, que só
queriam comprar vestidos, ir a bailes e escapulir das lições de piano. A autora
critica a sociedade da época, que não via com bons olhos os romances, que os
consideravam “coisas de mulher”.
O livro conta a história de Catherine Morland, uma jovem ingênua,
criada no campo com uma grande família, sem muitos atrativos, e com uma vida
rotineira. Certo dia, ela é convidada pelos seus vizinhos Sr. e Sra. Allen a
passar um tempo na cidade de Bath. Lá conhece duas famílias: os Thorpe e os
Tilney. Com a família Thorpe, Catherine logo cria uma forte amizade com a
senhorita Isabella Thorpe, uma moça super exagerada, que lhe empresta um romance gótico: Os Mistérios de Udolfo, deixando nossa “heroína” super
encantada com as histórias e lugares descritos nos livros.
Catherine envolve-se com o
estilo de vida do povo de Bath e sua paisagem local, passando a imaginar-se
como fazendo parte de um desses muitos livros de mistério dos quais gosta de
ler. Apaixona-se por Henry Tilney, mas é perseguida pelo melhor amigo de seu
irmão, John Thorpe, irmão de Isabella sua melhor amiga; daí nasce o triângulo
amoroso. Eu particularmente ODEIO John Thorpe! Minha maior vontade quando lia
as loucuras que ele aprontava era entrar no mundo desse livro e estrangulá-lo
até a morte! Nunca vi um homem tão insuportável e tão mentiroso! Nem vou falar do
que a manipuladora Isabella apronta, aí são spoilers demais, deixo para
vocês leitores descobrirem mais sobre, lendo o livro.
Mas, voltando ao que interessa, Catherine também se torna amiga da irmã
mais nova de Henry Tilney, Eleanor Tilney, e depois de muita confusão, armada
adivinhem por quem, Catherine é convidada a passar algumas semanas na
propriedade da família Tilney, a abadia de Northanger. Maravilhada com a ideia
de viver num lugar semelhante aos descritos em seus livros góticos, Catherine
com sua imaginação fértil começa a imaginar tragédias que poderiam ter
acontecido na abadia, que envolviam o general Tilney, o patriarca da família, e
sua senhora, que morreu há algum tempo.
Vou parar por aqui antes que eu solte mais spoilers sobre o
livro. Só posso garantir que o livro é surpreendente do início ao fim. Jane
consegue transformar o que seria “naturalmente” maçante em um romance
interessantíssimo. Para quem está acostumado com mocinhas muito inteligentes e
espertas em romances históricos, Catherine acaba sendo uma deliciosa mudança de
ares. Sem falar nos outros personagens, como a Isabella, uma verdadeira amiga
da onça, isso sim (controle-se Mariana, não solte spoilers!). A propósito, este é mais um livro de Jane Austen que foi parar nas telonas. Enfim, recomendo!
Boa leitura!
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