Livro: Para Sir Phillip Com Amor (Série Os Bridgertons #5)

Título: Para Sir Phillip Com Amor

Autora: Julia Quinn

Editora: Arqueiro

Ano de Publicação: 2015

Número de Páginas: 276

Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

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"Phillip não planejara gostar dela. Só pensara em encontrar uma boa mãe para os seus filho. E agora não sabia o que fazer com aquele sentimento."

A cada livro dessa série eu me encanto mais por essa família. Colin Bridgerton é meu eterno crush literário, e Eloise Bridgerton agora é minha melhor amiga de infância! E finalmente saberemos o que tanto Eloise escreve em seu quarto! Não sei que feitiço Julia Quinn colocou em suas páginas, na sua escrita, mas ela conseguiu me prender (pelo menos até agora) a cada parágrafo que passa. Termino a leitura com um gosto de quero mais e já estou lendo O Conde Enfeitiçado porque não resisti. 

O quinto volume da Série Os Bridgertons vai contar-nos a história de Eloise Bridgerton e Sir Phillip Crane.  Eloise é a quinta filha de Violet e do Conde Edmund, e a mais velha das filhas ainda solteira. Ao lado de sua amiga Penelope Featherington, as duas encaravam a vida como duas solteironas e acreditavam que isso era a coisa mais normal do mundo. Mas, ao contrário de sua amiga que nunca era sequer convidada para dançar nos bailes, Eloise já havia recusado 6 pedidos de casamento. Nessa altura do campeonato, com 28 anos, ela já havia decidido que ficar para tia era seu objetivo de vida. Até o dia que uma prima distante falece e ela resolve mandar uma carta de condolências ao viúvo.

"- Por que você chegou a conclusão de que poderíamos nos entender? - repetiu ela, a voz clara e incisiva.
Era claro que ela perguntaria assim. Eloise Bridgerton não tinha nada de sutil ou insegura. Ela  nunca daria voltas, quando poderia ir direto ao assunto." p. 166

O viúvo é Sir Phillip, um homem que herdara as propriedades e título do pai violento. Tudo que Phillip queria na verdade era ser um acadêmico, e cuidar de plantas, sua paixão desde jovem. Mas a vida lhe reservou outras responsabilidades. Seu irmão mais velho veio a óbito durante a Batalha de Waterloo e portanto agora ele era um baronete. Junto com a herança, veio Marina, noiva de seu irmão, e com quem Phillip se casa a fim de amparar a moça e também gerar herdeiros. Mas Marina é uma mulher muito melancólica, com ares de depressiva (e cá entre nós, acho que a morte do noivo só piorou a situação). Um casal de gêmeos (Amanda e Oliver) e oito anos de casamento depois, Marina tenta o suicídio no lago da propriedade, sem sucesso pois Phillip consegue salvá-la. Mas a pneumonia e a desistência de viver de Marina a levam embora, deixando Phillip viúvo e com dois diabinhos como herdeiros, com quem ele não sabe lidar.

Ao receber a carta de Eloise, Phillip resolve respondê-la, enviando junto uma flor. Eloise então responde de volta e assim começa uma troca de correspondência entre os dois que duram meses. Phillip então tem uma ideia: como precisava se casar novamente e dar uma mãe aos filhos que ele não queria perder seu precioso tempo de botânico tendo que educar - e tendo sido recusado por outras candidatas nesse meio tempo, já que as mulheres não se davam com as travessuras de Amanda e Oliver - ele convida Eloise para passar um tempo em sua propriedade, com acompanhante é claro, para que pudessem se conhecer, pois sua intenção era desposá-la.

"Ele parou de repente, chegando a tropeçar. Porque a mulher parada em seu hall era jovem e muito bonita, e, quando ela levantou o rosto para olhar para ele, Phillip notou que a moça tinha os olhos acinzentados mais encantadoramente lindos que já vira. Ele poderia se afogar naqueles olhos." p. 33

Eloise não sabe o que responder. Ela, que sempre sabia o que dizer, já que era muito extrovertida, geniosa (e tagarela rs), agora não sabia o que fazer. Já havia se acostumado com a ideia de não ter um marido há muito tempo. Mas agora sua amiga Penelope virou sua cunhada - como vimos no livro anterior, Colin e Penelope acabam se apaixonando e se casando. Sua companheira de solteirisse havia juntado as escovas de dentes. E agora? Estava muito feliz pela amiga e pelo irmão, mas não podia resistir a uma certa inveja branca. Ela também queria casar, ter filhos, e se isso viesse junto com o amor, não seria pedir muito, seria?

É aí que ela tem a "brilhante" ideia de fugir durante uma festa da família para a propriedade do baronete, sem ao menos responder a última carta de Phillip e sem levar sequer uma camareira consigo - o que seria um choque para a sociedade da época se ficassem sabendo. É claro que Phillip fica atordoado com a chegada repentina da moça, que nunca respondera se aceitaria o convite (ele já tinha até achado que a espantara). Apesar do desconforto da sua chegada inesperada, Philip morde a língua ao ficar encantado com a beleza de Eloise, que ele acreditava não ser muito bonita, já que estava solteira até aquela idade.

"Que tipo de homem era aquele, que preferia plantas a pessoas? Sem dúvida ninguém que apreciasse uma boa conversa." p. 51

Porém em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram durante a troca de cartas. Ele nunca mencionara os filhos, e ela nunca falara que tinha 4 irmãos, falara? Ela é voluntariosa e não para a matraca, e ele é temperamental e rude, que prefere a companhia de plantas a de seres humanos, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Mas a atração, aaah essa não quer nem saber se eles são tão diferentes. Quando ele sorri, o resto do mundo desaparece para Eloise e ela só quer se jogar em seus braços. Quando ela fica calada, Phillip só pensa em beijá-la e esquecer de todos os problemas. Resta saber se os dois se suportariam o suficiente para passar o resto da vida juntos.

"Aquela não era sua natureza, pensou, trincando os dentes. Nunca fora do tipo que gostava de ficar parada. Precisava se mexer, agir, explorar, questionar. E pra ser sincera, incomodar, importunar e manifestar sua opinião para qualquer um que pudesse ouvir." p.218

Eloise é minha BFF. ♥ A moça fala pelos cotovelos, mas é um amor de pessoa. Em cada começo de capítulo, lemos um trecho de uma carta que Eloise enviou para alguém, seja para Phillip, para as irmãs e os irmãos, para a mãe, para a amiga Penelope... Em alguns trechos, ela conta porque recusou cada um dos pretendentes anteriores. Quanto a Phillip, estabeleci uma relação de amor e desgosto várias vezes. Entendo a sua situação e sofrimento, a vida que levou com o pai que batia nele por qualquer coisa, o casamento frustrado, a morte da mulher e as coisas que ele nunca quis para sua vida e que vieram mesmo assim, mas tem horas que acho que faltava alguém dar um sacode em Phillip. Tem alguns momentos que eu achei que ele tratou Eloise muito mal. Fora não saber lidar com os próprios filhos. Ele nunca foi de bater nas crianças, pelo menos não como seu pai, mas ele não era capaz de impor limites e mal sabia detalhes que qualquer pai que se preze saberia sobre os filhos. Enfim, pelo menos ele começa a desenvolver o interesse pelas crianças com a chegada de Eloise, ao vê-la disposta a não se deixar abater por elas. 

A parte boa é que Eloise vai conquistando todo mundo naquela casa, inclusive o turrão do Phillip, e até mesmo Amanda e Oliver, que no começo aprontaram com ela de modo a machucá-la. Mas tudo que os meninos precisavam não era de uma nova mãe. Era da presença do pai. E é isso o que Eloise faz Phillip enxergar. Dei muitas risadas com esse livro, e inclusive chorei com algumas partes finais (soltem fogos de artifício, Mariana chorou lendo!). Seus outros irmãos (pelo menos os homens) aparecem numa cena de rolar de rir e Colin, por mais breve que tenha sido sua aparição, já me fez suspirar kkk como alguém pode ser tão guloso, sarcástico e charmoso ao mesmo tempo? 

"Ele podia ser bem ranzinza às vezes, mas quando sorria... Eloise de repente entendeu ao que todas aquelas jovens se referiam quando falavam empolgadas sobre o sorriso de seu irmão Colin ( que Eloise achava bastante comum, afinal de contas era só o Colin)." p.112

Esses romances são sempre clichês, a gente sabe. Mesmo com suas imperfeições, Eloise e Phillip foram feitos um para o outro. E claro, a gente já imagina o final antes mesmo de começar a ler. Mas, como disse certo dia lá no instagram, às vezes a gente precisa de uns romances como esses na vida para adoçar o coração, diante de tanta coisa ruim que acontece no mundo. Bem piegas, mas é isso. Esse, juntamente com Os Segredos de Colin Bridgerton e Um Perfeito Cavalheiro, foram os meus favoritos dos 5 que li até o momento. Boa leitura!

"Os Bridgertons eram uma família grande, barulhenta e escandalosa. Era quase impossível manter qualquer coisa em segredo, principalmente de suas irmãs - a caçula, Hyacinth, poderia ter vencido a guerra contra Napoleão na metade do tempo se Sua Majestade tivesse pensado em recrutá-la para o serviço de espionagem." p. 24 ♥