Autora: Regina Drummond
Editora: Giz Editorial
Ano de Publicação: 2009
Ano de Publicação: 2009
Número de Páginas: 128
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥
"Mas cuidado: se você é medroso(a), por favor, não abra este livro. Ele não foi feito para você!"
Seguindo com nossas postagens especiais de #OutubroDasTrevas, hoje teremos o livro Histórias de Arrepiar, da escritora brasileira Regina Drummond, parente do poeta Carlos Drummond de Andrade, autora de diversos livros infanto-juvenis e vencedora de prêmios como "Prêmio Jabuti" da CBL como editora e três selos do "Acervo Básico" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, como autora.
Histórias de Arrepiar traz dez contos de terror, sendo cinco escritos pela autora e os outros cinco foram selecionados de outros autores estrangeiros, e traduzidos por ela. A primeira parte, dos contos escritos por Regina, é definida como "Histórias Que Eu Vivi", e aos outros cinco contos, "Histórias Que Me Contaram". Na primeira parte, temos o conto O Pássaro, onde o filho de um senhor à beira da morte deve tomar uma decisão importante e é com a ajuda de um passarinho que ele se decide - decisão essa que pode deixar você espantado. O conto História de Mulheres conta a história de Gina - quem eu tenho uma leve impressão se tratar da própria escritora e uma fobia que atinge quase todo mundo, a maioria mulheres - uma mulher que um belo dia dá de cara com um ser asqueroso, vil, e pavoroso e não conseguia se mover para fugir daquela criatura medonha, com um final surpreendente, revelando que aquela criatura era... deixo você descobrir. Foi o conto da própria escritora que mais curti, principalmente porque me identifico muito com o medo que Gina sente desse ser do capeta.
"Era feia e asquerosa, repulsiva e vulgar, mas não tinha medo de Gina. Gina é que tinha medo dela. E isso era o que mais incomodava a pobre moça."
Em Vida Alternativa, temos a história de Tatiana, uma vampira "vegetariana" que se alimenta do sangue de cadáveres recém chegados ao cemitério. Até que um dia um dos cadáveres era de um homem que sofreu um acidente e tinha catalepsia. Em Um Gato Pardo Como Outro Qualquer, um homem tenta ganhar a confiança de uma gatinha de rua. Conto que me deixou possessa com o final, que vontade de estrangular esse personagem! A Boneca de Porcelana, último dos cinco contos da primeira parte, conta a história de uma mulher que recebe dos correios um pacote sem remetente, onde havia uma fita cassete e um bilhete assinado por C. a quem ela identifica como Célia, sua bela amiga da juventude, que possuía o apelido de boneca de porcelana, por ser linda e desejável. Inspiração para a personagem do livro lançado pela amiga, Célia narra na fita cassete que tentará algo surpreendente até mesmo para ela, para continuar jovem por mais alguns anos.
Na segunda parte, o primeiro conto, intitulado As Bruxas da Floresta, é inspirado numa lenda romena, sobre as bruxas que vivem nas sombras e árvores das florestas, as velhas e as jovens, e as fadas más, principalmente sobre a forma como elas se alimentam de sangue e carne humanas, desejando o órgão vital de maior importância. Esse foi de arrepiar os cabelos. O segundo conto, A Cafeteira, escrito originalmente pelo francês Pierre Gautier (1811-1872), é um conto romântico e triste sobre os fantasmas que viviam num quarto de uma mansão, onde o personagem principal fora hospedado pelo anfitrião. Srednir Vashtar, o terceiro conto, escrito por Saki*, empata com As Bruxas da Floresta, foi realmente perturbador e assustador ver um garoto que vivia sob a tutela de sua prima desejar com tanto afinco ao seu "deus" Srednir Vashtar que a levasse para o túmulo.
"Naquele dia, o garoto introduziu uma invocação no culto ao deus da gaiola. Normalmente ele apenas louvava suas qualidades, mas agora lhe pediu um favor: - Faça uma coisa para mim, Srednir Vashtar."
Vera foi outro conto romântico e triste, escrito originalmente por August L'Isle-Adam (1838-1889), onde um conde perde sua amada esposa para a morte, e, em depressão pelo acontecido, acaba entrando num transe onde acredita que sua amada Vera ainda estava com ele. O último conto, de Edith Nesbit (1848-1924), Homens de Mármore, conta como um casal vai morar num lindo chalé isolado e na noite de 31 de outubro se deparam com uma assombração terrível, as estátuas de mármore da igreja, e que leva a um final trágico por não terem dado importância às lendas locais.
"Quando compreendi que nada mais tinha importância, deixei que o doutor abrisse a mão dela para ver o que escondia. Era um dedo de mármore cinza."
Preciso confessar que gostei mais dos contos traduzidos do que os da própria Regina. Não é exatamente um livro para lhe trazer sustos, como aqueles que só de ouvir um barulho no teto da casa enquanto lê já te deixa apavorado. Por exemplo, os contos de Edgar Allan Poe foram mais interessantes, os Contos de Vampiros também. Mas dá para passar o tempo. Encontrei esse livro num link promocional da Saraiva e o li numa noite só, é bem fininho e pequeno. Caso se interesse, tenha uma boa leitura!
*Saki é o pseudônimo de Hector Hugh Munro (1870-1914), autor escocês.
Adorei a corujinha :3
ResponderExcluirAdoro contos de terror mas, pena que não leio tanto quanto eu queria ler... Mas, esse já entrou na lista.
Beijos
Balaio de Babados
Bom, sempre gosto de contos de terror, mas daqueles assustadores mesmo, mas lendo sua resenha deu para perceber que esses contos são mais para passar o tempo e não assustadores, no momento não pretendo ler esse livro, quem sabe futuramente.
ResponderExcluirSua resenha está muito boa.
Sempre gostei de contos e por sua resenha tenho certeza de que esses não irão me decepcionar, pois parecem ser bem elaborados e por nunca ter lido contos de terror. Achei bem interessante a do O Pássaro, onde uma decisão importante é tomada a partir de um passarinho. Fiquei curiosa para saber qual foi o desfecho da história. Outro conto que achei bem aterrorizante foi As Bruxas da Floresta que foi inspirado em uma lenda.
ResponderExcluirGostei tanto da resenha que já adicionei o livro em minha lista de desejados.
Bjs!
Parece ser bem interessante esses contos e essa coisa "feia e asquerosa" já até imagino que seja, lembrando vagamente do Rony de Harry Potter haha!
ResponderExcluirMais um pra wishlist <3
Ótima resenha, beijos!
Oi, Mari. Eu estou há muito tempo procurando dar uma chance aos livros aterrorizantes, mas a oportunidade não chega. Histórias de Arrepiar me interessou, primeiramente, por ser um livro de contos, então logo pensei em dar uma chance, não sou fã de contos, mas creio que fica uma leitura mais leve para o gênero. A escrita da autora parece muito bem fluída, e dos contos o que mais gostei foi A Cafeteira.
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