Livro: O Natal de Poirot

Título: O Natal de Poirot

Autor: Agatha Christie

Editora: Nova Fronteira

Ano de Publicação: 2009 (esta edição)

Número de Páginas: 256 

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Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

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"-Todos têm de morrer! A vida é assim, não é? E se a morte vem rapidamente do céu, bum!, assim, de uma maneira ou de outra, dá no mesmo. A gente vive durante um período, claro, e depois morre. É isso o que acontece nesse mundo."

O primeiro livro que li do detetive Hercule Poirot foi Assassinato no Expresso do Oriente. Foi também meu primeiro Agatha Christie - na verdade eu já li no passado outro livro dela, mas não me recordo o nome nem a história, muito anos atrás isso, então não considero - e foi um livro que eu devorei, assim como O Natal de Poirot. Que mulher, amigos! Agatha Christie é digna de todos os adjetivos que lhe são destinados, ela é simplesmente fabulosa!

Você já começa o livro com uma dedicatória da autora ao seu cunhado James: "(...)Você sempre foi um dos meus leitores mais fiéis e gentis, por isso senti-me seriamente incomodada quando você me fez uma crítica. Você reclamou de meus assassinatos, que estavam se tornando muito refinados – anêmicos, na realidade. Você ansiava por um 'bom assassinato, violento, com bastante sangue'. Um que não deixasse dúvidas sobre ser um assassinato! Então, esta é sua história especial – escrita para você. Espero que o agrade. (...)". Pois espere isso mesmo, uma história de natal bem sinistra e sanguinária.

Dessa vez, nosso detetive belga se mete num "Casos de Família" Inglês: Simeon Lee é um velho multimilionário e muito poderoso, que passa o resto de sua vida inválida se divertindo ao pisar nas outras pessoas, inclusive em seus próprios filhos. Com sabe Deus quais intenções, o velho Lee reúne todos os seus herdeiros no Natal, até mesmo aqueles que não viam o velho pai há anos, e sua neta, Pilar Estravados, que conhecia o avô pela primeira vez na vida. 

Na véspera do dia 25, quando toda família já estava presente na mansão Gorston Hall, ouve-se, no andar de cima, um estrondo de móveis sendo derrubados, louças quebrando e um grito pavoroso de arrepiar os cabelos. Ao subirem e encontrar a porta fechada por dentro, a família constata uma cena terrível: Simeon Lee estava morto, deitado numa poça de sangue, com um corte na garganta. Por todo o quarto havia sinais de luta e respingos de sangue. Quem poderia ter cometido tal atrocidade e por que?

É aí que entra Hercule Poirot. Convidado pelo chefe de polícia Coronel Johnson para ajudar o superintendente Sudgen no caso do assassinato do Sr. Lee, nosso detetive bigodudo começa a questionar o caráter da vítima e de seus familiares. Descobre que, ao que tudo indica, todos eles teriam um motivo para querer liquidar o velho, já que o mesmo não era muito bem quisto. Tudo isso somado a cena deixada no quarto no dia do assassinato leva Poirot a um caso quase impossível de ser solucionado. Mas sua mente brilhante não pode nem deve ser subestimada.

Com um final surpreendente, O Natal de Poirot é uma ótima pedida para esse fim de ano! Agatha consegue te prender e te deixar desconfiado de todo mundo; ao mesmo tempo que eu não acreditava que podia ser fulano, durante o interrogatório, a própria pessoa entregava algum ponto que deixa a gente com a pulga atrás da orelha. E ai ela te surpreende com várias revelações bombásticas e com uma confissão pra lá de cabeluda!

Seus personagens não são nada enfadonhos, pelo contrário, todos eles são muito diferentes. Aqui temos o velho pai rico e opressor, o filho rebelde, o filho melancólico, o exemplo de bom filho, e outro filho sovina. Fora as esposas, a neta estranha, o convidado de última hora, os empregados da mansão, muitos personagens, mas todos eles bastante peculiares e com bons motivos para detestarem o patriarca e querer cortar sua garganta. A rainha do mistério é mesmo lacradora! É óbvio que eu recomendo! Boa leitura, e felizes natal (atrasado) e ano novo!