15/11/2011

Crônicas Saxônicas Livro 1 – O Último Reino


Livro: Crônicas Saxônicas Livro 1 – O Último Reino
Autor (a): Bernard Cornwell
Editora: Record
Nº de páginas: 362
Ano de publicação: 2006

“Meu nome é Uhtred. Sou filho de Uhtred, que era filho de Uhtred, cujo pai também se chamava Uhtred. (...) E esta é a história de uma rixa de sangue.”
O Último Reino é o primeiro de uma série de, até agora, cinco livros, intitulada Crônicas Saxônicas, do autor inglês Bernard Cornwell. Conta a história da invasão dinamarquesa a Ilha Britânica (hoje Inglaterra, Escócia e País de Gales) no século IX, e a do rei Alfredo, conhecido como Alfredo o Grande, o primeiro rei de Wessex que se autoproclamou rei da Inglaterra e defendeu seu reino da invasão dos vikings.

A história é narrada na visão do personagem principal já velho, Uhtred Uhtredson, filho do ealdorman (senhor) Uhtred da fortaleza de Bebbanburg, que fica ao norte da ilha, no reino da Nortúmbria (na atual região de Northumberland). Começa quando ele era criança e ainda tinha o nome de Osbert, e vivia nessa fortaleza considerada inexpugnável (nenhum exército conseguiu tomá-la) com o pai, a madrasta, o tio Aelfric e o irmão mais velho, que se chamava Uhtred. Num belo dia, pai e filho avistam os dinamarqueses chegando à ilha e montando acampamento.  Na mesma noite, em uma patrulha ordenada pelo seu pai, seu irmão mais velho é morto pelos invasores e isso é o estopim para o início de uma série de batalhas narradas no livro.

Seu pai acaba morrendo em uma dessas batalhas, enquanto Osbert, que após a morte do irmão, recebe o nome de Uhtred, já que é o único herdeiro, é capturado pelo jarl Ragnar o Intrépido, justamente quem matou seu irmão. Ragnar é um senhor dinamarquês poderoso, que se surpreendeu com a audácia de Uhtred, uma reles criança tentando lhe assassinar em meio a uma batalha sangrenta, e o leva para seu acampamento, primeiro como escravo, logo depois passa a criá-lo como filho. Uhtred então cresce entre os dinamarqueses, ganha o nome de Uhtred Ragnarson, aprende sua língua e sua cultura. Inclusive adota a religião pagã dinamarquesa que cultuava os deuses nórdicos Thor e Odin, que por sinal era a antiga religião dos seus ancestrais saxões, mas foi substituída pela influência do cristianismo, que passa a dominar a sociedade saxônica.

Nesse meio tempo em que Uhtred fica sob o poder dos dinamarqueses, Bebbanburg cai sob o jugo de seu tio, Aelfric, que chega a tramar sua morte para consolidar o domínio sobre aquelas terras. Mesmo apreciando a cultura e os costumes dinamarqueses, Uhtred nunca se esquece de sua bela fortaleza e da traição de seu tio, desejando voltar para reconquistá-la.

Graças a um velho padre chamado Beocca (o único padre que ele respeita e gosta) que vivia em Bebbanburg, Uhtred é batizado e sabe ler. Apesar de não gostar nem um pouco das duas coisas, isso o ajuda em diversas ocasiões. Durante sua adolescência com os dinamarqueses, Uhtred ganha suas primeiras armas, uma espada, a qual ele dá o nome de “Bafo de Serpente”, e um sax, uma espécie de faca pontiaguda, que recebe o nome de “Ferrão de Vespa”. Nessa época ele resgata uma menina de um vilarejo saqueado, chamada Brida, que como ele descreve “era da minha idade, tinha cabelos pretos, magra como um graveto, com grandes olhos escuros e um espírito selvagem como um falcão na primavera.”. Ela se torna sua amiga e primeira amante.

Ao longo da juventude, o personagem vê-se dividido entre o amor pelos dinamarqueses, que rapidamente trucidam os reinos saxões, e o senso de dever para com seu próprio povo, cuja sobrevivência é posta à prova. Porém, como ele sempre deixa claro no livro, o destino é inexorável. Essa lealdade dividida torna-se ainda mais acentuada quando Uhtred faz um juramento (naquela época a palavra de um homem era o que contava) a Alfredo, rei de Wessex, a quem odeia, mas a quem deve tudo o que tem na vida.

Como sou fã de História Antiga e Medieval, eu adorei o livro primeiramente por isso. Acompanhamos o crescimento de Uhtred, e amamos junto com ele, odiamos com ele, torcemos e sofremos por ele. Cornwell sabe bem como mesclar a parte real da história com a fictícia (lembrando que o escritor inglês é também historiador). Temos personagens que, de acordo com pesquisas históricas, realmente existiram, e que se relacionam com os personagens fictícios. A maneira como ele entrelaça o real e o irreal é magnífica. Um dos meus livros favoritos! Recomendo com toda certeza! Boa leitura!




Um comentário:

  1. Muito bom o livro! As passagens históricas são reais e isso torna a história ainda mais interessante. Já li e recomendo! =]

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