28/08/2012

Os Doze Mandamentos

Livro: Os Doze Mandamentos
Autor: Sidney Sheldon
Editora: Record
Ano: 1995
Número de Páginas: 148

“Moisés disse a seu povo que quem violasse aqueles man­damentos seria punido. Esse é o lado de Moisés. Mas vou contar algumas histórias sobre pessoas que violaram os mandamentos de Deus. O que aconteceu com elas? Tornaram-se ricas, famosas e felizes.”
Primeiro livro de contos do autor Sidney Sheldon, Os Doze Mandamentos é uma sátira aos dez mandamentos da bíblia, que o escritor aumenta para doze (são o... e o... – rá! Pegadinha da malandra, leia o livro e ai você fica sabendo quais são). Mistura humor e ironia para contar histórias de pessoas que violaram os mandamentos de Deus, que, segundo Moisés (por favor, Moisés não é o cara da arca, é o cara do cajado que abriu o Mar Vermelho) diz na Bíblia, quem violasse os 10 mandamentos de Deus seria seriamente punido sofrendo graves consequências. Mas nas histórias de Sheldon acontece justamente o contrário (ou não! Depende do ponto de vista =x).
Para a invenção dos 12 mandamentos, Sidney conta que quando Moisés recebeu as Tábuas da Lei no Monte Sinai não foram apenas duas, mas três, e que ao derrubar e quebrar a última, para não passar vergonha, apresentou apenas as duas inteiras. Também falou para os hebreus que aquelas eram as leis de Deus e que quem não as seguisse seria punido. Porém no livro, quebrar um dos 12 mandamentos pode ser muito lucrativo, como descreve o autor.


Os "pecadores", aqui, tornam-se ricos, famosos, felizes. Uma crítica muito bem escrita sobre o fanatismo religioso. O livro é composto por doze contos, que para mim mais parecem crônicas, cada um correspondente à quebra de um dos doze mandamentos. Entre os personagens pecadores de Sheldon estão o próprio Moisés, que ao quebrar uma das tábuas e mentir para a galera que eram só duas, já estaria contrariando a regra; um padre que transgride dois mandamentos e um homem de má sorte que, após infringir o quarto mandamento - guardar os dias santos - enriquece. Tem também a história de um homem que levantou falso testemunho, mas o resultado não foi lá muito bom, apesar de achar que sua intenção era boa. E também a história de um homem que cobiçou o bem alheio, fazendo sua família praticamente passar fome, só para juntar dinheiro para comprar a casa caindo aos pedaços do vizinho. Final surpreendente o dessa história.

O interessante da narrativa é a forma de mostrar como os fanáticos religiosos levam ao pé da letra o que está escrito na Bíblia, sem, necessariamente, entender ou interpretar corretamente, agindo de forma leviana. Sou cristã católica, mas também não sou uma carola que acha que o que está escrito nesse conjunto de livros é a lei (lembre-se que a Bíblia foi ESCRITA e rerererererere....rerere-escrita pelo homem, não por Deus). Acho que a intenção de Deus na difusão de Sua Palavra era que a humanidade lesse e interpretasse o que queria dizer as grandes metáforas da Bíblia, seguindo uma vida de boas ações, com humildade e principalmente amor. Bom, é só minha humilde opinião. Cada um tem a sua, o importante é sabermos conviver uns com os outros. Talvez seja isso que está faltando para o mundo ser melhor, aprender o significado da palavra respeito. O livro é realmente a cara do estilo das obras de Sidney Sheldon, bem irônicas, e muito interessantes, deixando a mente livre para questionamentos intrigantes. Recomendo muito! Boa leitura!


"Nós complicamos demais a vida, e por esse motivo sofremos tanto. Deus é simples. Prefere os caminhos inusitados. Olhe ao seu redor. Veja o que é pequeno, humano e torto. Ele costuma se esconder nestes lugares." - Padre Fábio de Melo


Por Mariana Oliveira


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