Autor(a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Ano de Publicação: 2015
Número de Páginas: 304
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
"Aquela criatura insolente achava que tinha vencido – e todo mundo devia pensar isso também. Em poucas horas, toda Londres ouviria dizer que uma mulher havia derrubado Ainswood, o último dos canalhas da família, de bunda no chão."
Adoro romances de época. A propósito, é o único tipo de romance que gosto de ler. E este livro não podia ficar de fora da minha lista. O Último dos Canalhas é o segundo livro da série Canalhas escrita por Loretta Chase e lançada pela Editora Arqueiro. Um romance de época cativante e hilário entre uma mulher forte e inteligente e um homem devasso e libertino.
Logo no começo, Loretta nos apresenta a centenária família Mallory, do duque de Ainswood, uma família conhecida por produzir canalhas para a alta sociedade. Com o passar dos anos, os Mallory começaram a se tornar mais civilizados e até mesmo virtuosos, exceto o filho único do irmão mais novo do quarto duque de Ainswood. Vere Aylwin Mallory era o último canalha da família. Possuía 1,80 metro de pura beleza e libertinagem. Com 32 anos, tinha os cabelos castanhos do pai e um brilho malicioso nos olhos verdes seduzentes que já arruinara centenas de mulheres.
Mas a verdade é que Vere foi se transformando em um cara duro uma morte após a outra dos membros de sua família. Nós os conhecemos durante o enterro de seu primo Charlie, o quinto duque de Ainswood. Quase dez anos de prática (muita gente já havia morrido nessa família nesse período) ainda não o haviam preparado para o funeral de Charlie, considerado por Vere como um irmão. E agora para completar, seu primo o havia deixado responsável por cuidar de seus três filhos, duas adolescentes e um menino de 9 anos chamado Robin, que já era o sexto duque de Ainswood. A situação só piora, pois após se apegar à criança, Robin morre de difteria, o que faz com que Vere se afaste de vez da família para não se apegar a mais ninguém.
A partir daí Vere se entrega a uma vida de bebedeiras e luxúria em más companhias. Um belo dia, após discutir com seu valete por causa de sua vida boêmia, Vere sai em busca de uma taverna onde possa beber mais. No caminho ele se depara com um cabriolé dirigido em alta velocidade por uma mulher loira em companhia de um cão mastim preto. Quem dirigia o cabriolé em questão era a nossa heroína Lydia Grenville, escritora do jornal O Argo, apelidada de Lady Grendel, uma referência ao monstro do poema de Beowulf, apelido este que lhe fora dado pelos jornais concorrentes do Argo.
Grendel, do filme Beowulf - nada a ver com nossa heroína rs |
Lydia é uma mulher loira, alta e que possuía um corpo de uma Valquíria. Inteligentíssima, teve uma infância pobre e triste, e hoje, com uma língua ferina, dedica sua vida a denunciar as injustiças cometidas contra as mulheres de Londres. Naquele momento estava perseguindo uma conhecida cafetina que abusava de meninas muito jovens, levando-as à prostituição. Lydia quase atropelara um rapaz, que fora justamente salvo pelo duque, o que o leva a segui-la. Ele a encontra numa viela, tentando livrar uma moça das garras da cafetina. Porém Sua Graça a interrompe. O encontro dos dois e a troca de farpas logo atraem a atenção dos transeuntes e em meio ao alvoroço, Ainswood a beija.
Lydia era uma mulher vivida e jamais aceitaria aquela "ofensa" de braços cruzados. Finge um desmaio e enquanto Ainswood se distrai com o seu peso, ela lhe dá um soco que o derruba no chão. O nocaute do duque logo vira motivo de chacota em toda cidade e isso o motiva a se vingar de Lydia, a "mulher dragão" que havia lhe humilhado.
"Ele não iria humilha-la publicamente. Ele seria a única testemunha de sua queda. Queda que envolveria, ele havia decidido, ela caindo em seus braços e em sua cama com ele."
Porém, Lydia não está nem um pouco interessada em romances, principalmente com um homem com o histórico pervertido de Vere. Em seus artigos ela ataca justamente os nobres insensatos como ele, a quem considera a principal causa dos problemas sociais de Londres. Começa assim um duelo de vontades, onde Vere e Lydia se esforçam para derrotar o outro ao mesmo tempo que lutam contra a atração que o adversário lhe provoca. Nos resta descobrir quem será o primeiro a cair em tentação.
Adorei essa história. Estou louca para ler o primeiro, O Príncipe dos Canalhas, que conta a história do amigo de Ainswood, o marquês de Dain, popularmente conhecido como Lorde Belzebu, que é várias vezes citado em O Último dos Canalhas. Apesar dos livros não serem exatamente dependentes um do outro, depois de ler o segundo eu recomendo que comece a série pelo primeiro, se não quiser tomar alguns spoilers sobre o Lorde Belzebu.
A escrita de Loretta é envolvente. Me apaixonei por Susan, a mastim - sim, é uma fêmea - de Lydia. Uma cadela negra enorme e super protetora mas que logo se derrete de amores pelo duque, é um dos personagens mais legais do livro. Lydia é ótima, apesar de algumas vezes me deixar com raiva dela. Ela me lembrou um pouco Catarina, de A Megera Domada (Shakespeare). Pra quem não conhece essa peça, basta lembrar-se da novela O Cravo e a Rosa de Walcyr Carrasco, que foi baseada nessa história. Assim como Catarina, Lydia é claramente contra os padrões femininos que eram impostos pela sociedade de suas épocas. Obrigada, Editora Arqueiro por publicar e nos ceder essa maravilha! A capa é muito linda e o modelo escolhido para posar também rs. E aos meus queridos leitores, uma boa leitura!
A escrita de Loretta é envolvente. Me apaixonei por Susan, a mastim - sim, é uma fêmea - de Lydia. Uma cadela negra enorme e super protetora mas que logo se derrete de amores pelo duque, é um dos personagens mais legais do livro. Lydia é ótima, apesar de algumas vezes me deixar com raiva dela. Ela me lembrou um pouco Catarina, de A Megera Domada (Shakespeare). Pra quem não conhece essa peça, basta lembrar-se da novela O Cravo e a Rosa de Walcyr Carrasco, que foi baseada nessa história. Assim como Catarina, Lydia é claramente contra os padrões femininos que eram impostos pela sociedade de suas épocas. Obrigada, Editora Arqueiro por publicar e nos ceder essa maravilha! A capa é muito linda e o modelo escolhido para posar também rs. E aos meus queridos leitores, uma boa leitura!
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