Autora: Serena Valentino
Editora: Universo dos Livros
Número de Páginas: 235
Ano: 2016
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥
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"No momento, ele queria pensar na única coisa que poderia acalmá-lo, nem que fosse um pouquinho. Queria pensar nela. Bela."
"Sentimentos sãããooo fáceis de mudaaaar..."♪ Ah, é! Vocês estão aí, esperando a resenha começar! E eu aqui cantarolando...
Quem não conhece a história da Bela e a Fera? Acredito que vocês já tenham assistido a animação da Disney inspirada neste conto de fadas escrito por Madame Leprince de Beaumont em 1740. Ou até mesmo o live action do mesmo estúdio, que saiu ano passado, com a nossa querida Hermione Granger Emma Watson no papel principal. Ou alguma das outras inúmeras adaptações de A Bela e a Fera que já foram filmadas/produzidas/escritas ao redor do mundo.
Não importa, o que importa é que até minha avó (que Deus as tenha) com certeza conhecia a história da Fera que vivia num castelo amaldiçoado, onde os criados haviam se transformado em mobília, e da Bela que trocou de lugar com o pai e decidiu permanecer no castelo, como refém da fera. Até que os dois se apaixonam e ficam juntos, a maldição é quebrada, viveram felizes para sempre, the end, sobem as letrinhas dos créditos... Um caso de Síndrome de Estocolmo romantizado (principalmente quando se conhece o conto original), mas eu não vou entrar nessa discussão e estragar nossas infâncias. Vamos continuar amando nossa Belinha e nossa Ferinha (que, diga-se de passagem, prefiro a versão besta do que a versão humana - zoofilia, omg, porque eu virei adulta e perdi minha inocência?).
Bom, toda história tem dois lados. E se tem uma coisa que eu gosto é de ver uma mesma história sob um ponto de vista diferente. Em A Fera em Mim, vamos ler a versão na visão da Fera. Ficamos sabendo sua história até o momento em que conhece a Bela. Mas, como em toda adaptação que se preze, a história é um tanto quanto diferente do que já estamos habituados. PODE CONTER ALGUNS SPOILERS!
Conhecemos primeiro o Príncipe (é, não tem nome, mas quem se importa?), um jovem bonito e adorado, mas também egoísta e superficial, que só sabe caçar com seu amigo Gaston (sim, BFFs os dois aqui) e cortejar as novinhas. Um dia, conhece uma bela moça por quem aparentemente se apaixona, mas, ao descobrir que a garota era na verdade filha de um simples criador de porcos, e não da nobreza como ele acreditava, o Príncipe se sente enojado e ultrajado, e acaba por humilhar a noiva, terminando tudo. Mal sabia ele que a moça, Circe, era na verdade uma feiticeira, que resolve lhe ensinar uma lição. Ela e suas três irmãs (três capetas) também feiticeiras, porém menos poderosas que Circe, lançam-lhe um feitiço que o transformará em uma fera com o passar dos dias (aqui a coisa é gradual). Ele teria até seu aniversário de 21 anos para se arrepender, deixar de ser tão mesquinho e encontrar um verdadeiro amor, dado e retribuído, e voltar ao normal. Caso contrário, permaneceria Fera para sempre.
"Deixe-os confirmar o quanto ele era perverso e feio. Ele não se importava! Afinal, era um monstro. E monstros não conheciam sentimentos, principalmente o sentimento chamado amor."
A princípio, o Príncipe, que não percebe nada de diferente em sua aparência, acha que tudo não passou de uma brincadeira ridícula (vai sonhando...). Só que os dias vão passando, e ele começa a notar que seu reflexo no espelho não é mais tão bonito como antes. Ele então resolve dar uma festa no castelo a la o príncipe de Cinderela, para conhecer uma jovem por quem pudesse se apaixonar e ser amado em retorno, quebrando assim a maldição. É nessa festa que vemos a primeira aparição da Bela, a filha de um inventor "maluco" e cheia de ideias que hoje chamaríamos de feministas. Mas não é por ela que ele se encanta logo de cara. E sim, por uma princesa de outro reino. Os dois resolvem se casar, acreditando estarem apaixonados um pelo outro, maaaaas parece que as coisas não são o que aparentam ser.
O Príncipe, a cada dia que passa, parece ainda mais orgulhoso, egoísta e arrogante. Sua aparência física também se modifica: cada vez mais ele lembra um homem mais velho do que é. E um detalhe: quanto mais piora, mais empregados seus desaparecem, e curiosamente, aparecem novos itens na mobília do castelo. Sem contar que ele começa a "garrar" um ódio da princesa, do nada, pois a moça, era muito doce, delicada e muito amorosa com ele. Que carinha antipático! Mas é justamente essa a intenção de Serena Valentino, fazer com que nós leitores entendamos porque o Príncipe mereceu sua maldição.
Mas, Mariana, e a Bela? Bom, eu já disse que essa versão é contada pela perspectiva da Fera. A Bela continua sendo aquela mesma Bela que conhecemos da animação. Vamos vê-la trocar de lugar com o pai, recusar-se a jantar com a Fera, desobedecer as ordens dele e visitar a ala Oeste, fugir e ser atacada por lobos, ser salva pela Fera, voltar para o castelo, ganhar uma biblioteca de presente (que sortuda!), e o etc. que já sabemos. Mas é claro que não é SÓ isso. Ainda temos as irmãs maléficas de Circe, que resolvem fazer de tudo para atrapalhar o casal. E com isso, o tempo vai passando e as pétalas da rosa vão caindo... Será que a maldição se quebrará?
"As mulheres conheciam o mundo através de seus pais, seus irmãos e, se tivessem sorte, seus maridos. Não parecia muito justo."
Eu gostei da ideia desse livro. Fiquei muito fã de Circe, que resolveu dar uma lição no príncipe, mas não era uma feiticeira malvada, ao contrário de suas irmãs. E ainda rola um pequeno crossover com a história de Úrsula, a vilã de A Pequena Sereia, que também tem livro e eu quero muito adquirir e ler (tenho também, da mesma escritora, A Mais Bela de Todas, a história da Rainha Má de Branca de Neve, mas ainda não li). Até o momento já foram lançados, contando com esses três, quatro livros com os vilões da Disney como protagonista: Malévola também ganhou livro.
O que não curti muito foi a "participação especial" de Bela, pra mim ficou parecendo que ela era apenas uma mera coadjuvante. Sei que a história era na visão da Fera e que a intenção da autora não era nos contar uma história que já sabíamos de cor e salteado, mas achei que encheu de muita coisa para chegar na parte mais importante (o romance dele com a Bela e finalmente a redenção da Fera) e correr para concluir. Talvez deveria ter sido um livro um pouquinho maior, com tudo que foi contado antes deles se conhecerem, porém explorar mais da relação dos dois. Quanto à edição, não encontrei erros e achei muito boa para ler, mesmo sendo na versão econômica. As letras são de tamanho razoavelmente bom. Li num tapa durante a Carnatona - era um dos escolhidos para a TBR da maratona de carnaval - e achei no mínimo um ótimo passatempo. Boa leitura!
Mariana,detesto dizer"adorei a resenha",já que essa frase está bem batida.😂
ResponderExcluirDigo isso,pois me diverti bastante com os seus comentários sobre o livro.
Principalmente quando nos conta que "Um caso de Síndrome de Estocolmo romantizado ".
Nunca havia pensado nisso,mas é verdade!😯
Credo!!!!
Bem,certamente esse não seria um livro que eu teria tanta vontade assim de ler...
Sou chata!
Desde a minha infância (faz muuuito tempo),que não sou tão ligada assim nesses clássicos infantis.
Mas valeu a dica para quem curte! ;)
Eu ria sozinha enquanto escrevia essa resenha kkkk
ExcluirQue bom que gostou, Janaina! Beijo!
Concordo com você em relação a um caso de síndrome de Estocolmo romantizado mas eu gostei que inventaram um livro com ponto de vista de longe eu já vi também que tem o livro da Úrsula e o da Malévola isso é muito interessante eu adoro ver o ponto de vista dos vilões até mesmo em filmes é simplesmente impressionante
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