Gênero: Documentário, Drama
Produção: Plano 3 Filmes/Vitrine Filmes
Direção: Paula Gomes
Elenco: Jonas Laborda, Wilma Macedo, Neide Silva, Wanderson Silva, Micael Nunes, Ian Laborda, Gutinho Silva, Mateus Lima, Ana Paula Araújo.
Ano: 2015
Duração: 80 minutos
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥
Respeitável público do Amados Livros! Hoje eu vim aqui falar sobre esse documentário brasileiro que já ganhou 07 premiações (nacionais e internacionais) e duas menções honrosas, segundo o site da distribuidora Vitrine Filmes. Jonas e o Circo Sem Lona teve sua primeira exibição no Festival de Filmes de Amsterdã (IDFA), em 2015, e de lá para cá conquistou o mundo por sua forma simples e ao mesmo tempo cuidadosa de abordar a história tocante de um menino pobre que tinha como única ambição ser artista de circo.
O longa dirigido por Paula Gomes retrata a história de Jonas Laborda, de 13 anos, neto e filho de artistas circenses que, durante as férias do colégio, decidiu montar no quintal da casa onde mora na periferia de Dias D'ávila na Bahia, um circo improvisado, com a ajuda de seus amigos.
O que parece apenas uma brincadeira de criança, para Jonas é o sonho de sua vida. Durante o documentário, vemos sua luta para manter o circo funcionando em meio aos novos desafios trazidos pelo crescimento e sua chegada na adolescência. Enquanto Jonas recebe apoio de sua avó, a mãe do menino faz de tudo para convencê-lo do contrário e estudar (o que podemos ver que é algo negligenciado pelo garoto o tempo inteiro), para conseguir algo melhor na vida.
Tanto a mãe quanto a avó de Jonas já trabalharam no circo. E por conta disso, a mãe dele sabe dos desafios que existem ao se fazer essa escolha: as constantes mudanças, o descaso com os estudos, a pobreza, os perigos nas estradas (Jonas possui uma cicatriz de queimadura no rosto, que ganhou quando ainda era um bebê num acidente durante o translado do circo que sua mãe trabalhava de uma cidade para outra) etc. Mas nada o convence do contrário. Jonas continua insistindo em se juntar ao circo onde seu tio ainda trabalha.
Este é o grande conflito da história de vida de Jonas: escolher entre tornar realidade o seu sonho de infância ou sacrificar seu desejo em prol de um futuro melhor. Podemos ver a dedicação que ele entrega às atividades ligadas ao "Circo Tropical" (nome que ele dá ao circo que construiu no quintal) - é ele quem coordena as apresentações, prepara os figurinos, a música e controla os ingressos, ensina os passos aos amigos que farão às vezes de artistas do circo (palhaços, malabaristas, acrobatas etc), enfim, age com organização e disciplina impecáveis, enquanto os estudos ficam completamente em segundo plano.
O que mais gostei no documentário é que, ao contar uma história tão particular, a diretora traz à tona questões muito maiores, como o fato de uma criança/pré-adolescente começar a digerir os desafios da vida adulta, as dificuldades enfrentadas pelos artistas no Brasil, o tradicional versus o fora do padrão aceito pela sociedade, a pobreza ligada a ambição de ter uma vida melhor.
A ideia de produzir o documentário partiu do próprio Jonas, que ligou para a diretora convidando-a para assistir seu espetáculo quando soube que ela estava na cidade fazendo uma pesquisa sobre circos baianos. Segundo a mesma, a intenção do documentário era mostrar "o fim da infância por meio do circo" (fonte: Uol). Encontrei essa entrevista com Jonas Laborda em 2017 no Jornal Correio, com então 18 anos, que fala sobre sua vida depois do sucesso do filme e suas novas ambições (além de artista circense, ele quer cursar Cinema). Podemos ver que apesar do amadurecimento e das mudanças de desejos, aquele sonho "infantil" que pra muitos seria visto como "apenas uma fase" continua lá, como uma paixão ainda não resolvida.
O documentário, mesmo feito com poucos recursos (semelhante ao circo construído por Jonas), é muito bem produzido. A fotografia aproveita muito da iluminação natural, a montagem é bem simples e fácil, além de possuir uma linguagem clara e bem acessível. É um filme sensível e ao mesmo tempo alegre. É claro que a manteiga derretida aqui se desidratou muito enquanto assistia (onde tem criança e bicho, tia Mari tá chorando). Vale muito a pena assistir!
Esse filme foi um dos três escolhidos para o Vestibular da UESB 2018. Os próximos a serem resenhados serão Terra em Transe (com direção de Glauber Rocha) e Deephan - O Refúgio (com direção de Jacques Audiard).
Trailer:
O longa dirigido por Paula Gomes retrata a história de Jonas Laborda, de 13 anos, neto e filho de artistas circenses que, durante as férias do colégio, decidiu montar no quintal da casa onde mora na periferia de Dias D'ávila na Bahia, um circo improvisado, com a ajuda de seus amigos.
Tanto a mãe quanto a avó de Jonas já trabalharam no circo. E por conta disso, a mãe dele sabe dos desafios que existem ao se fazer essa escolha: as constantes mudanças, o descaso com os estudos, a pobreza, os perigos nas estradas (Jonas possui uma cicatriz de queimadura no rosto, que ganhou quando ainda era um bebê num acidente durante o translado do circo que sua mãe trabalhava de uma cidade para outra) etc. Mas nada o convence do contrário. Jonas continua insistindo em se juntar ao circo onde seu tio ainda trabalha.
Este é o grande conflito da história de vida de Jonas: escolher entre tornar realidade o seu sonho de infância ou sacrificar seu desejo em prol de um futuro melhor. Podemos ver a dedicação que ele entrega às atividades ligadas ao "Circo Tropical" (nome que ele dá ao circo que construiu no quintal) - é ele quem coordena as apresentações, prepara os figurinos, a música e controla os ingressos, ensina os passos aos amigos que farão às vezes de artistas do circo (palhaços, malabaristas, acrobatas etc), enfim, age com organização e disciplina impecáveis, enquanto os estudos ficam completamente em segundo plano.
O que mais gostei no documentário é que, ao contar uma história tão particular, a diretora traz à tona questões muito maiores, como o fato de uma criança/pré-adolescente começar a digerir os desafios da vida adulta, as dificuldades enfrentadas pelos artistas no Brasil, o tradicional versus o fora do padrão aceito pela sociedade, a pobreza ligada a ambição de ter uma vida melhor.
A ideia de produzir o documentário partiu do próprio Jonas, que ligou para a diretora convidando-a para assistir seu espetáculo quando soube que ela estava na cidade fazendo uma pesquisa sobre circos baianos. Segundo a mesma, a intenção do documentário era mostrar "o fim da infância por meio do circo" (fonte: Uol). Encontrei essa entrevista com Jonas Laborda em 2017 no Jornal Correio, com então 18 anos, que fala sobre sua vida depois do sucesso do filme e suas novas ambições (além de artista circense, ele quer cursar Cinema). Podemos ver que apesar do amadurecimento e das mudanças de desejos, aquele sonho "infantil" que pra muitos seria visto como "apenas uma fase" continua lá, como uma paixão ainda não resolvida.
O documentário, mesmo feito com poucos recursos (semelhante ao circo construído por Jonas), é muito bem produzido. A fotografia aproveita muito da iluminação natural, a montagem é bem simples e fácil, além de possuir uma linguagem clara e bem acessível. É um filme sensível e ao mesmo tempo alegre. É claro que a manteiga derretida aqui se desidratou muito enquanto assistia (
Esse filme foi um dos três escolhidos para o Vestibular da UESB 2018. Os próximos a serem resenhados serão Terra em Transe (com direção de Glauber Rocha) e Deephan - O Refúgio (com direção de Jacques Audiard).
Trailer:
É emocionante acompanhar os sonhos de uma criança. Mesmo sabendo que o caminho escolhido não é nenhum mar de rosas.
ResponderExcluirMas não deixa de ser tocante!
Bem,eu não conhecia esse documentário,mas se eu tiver uma oportunidade,pretendo assistir.
Acho que também vou ficar bem desidratada! :)
Emocionante sonhos de uma criança são sempre lindos e simples Eu adorei esse documentário e vou procurar mais a respeito dele mas com certeza e vou assistir
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