30/12/2011

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Autor (a): Machado de Assis
Editora: -
Nº de páginas: 88
Ano de publicação: 1881

Publicado pela primeira vez em 1881, o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas é um clássico da literatura nacional, além de ter sido um dos primeiros livros de Realismo brasileiro. Cheio de experimentos, requintes e ironia, este livro é um deleite para o leitor. É um de meus favoritos desde o primeiro momento que o li (no meu 1º ano do ensino médio em 2004).
Para começar, o livro é narrado por um autor defunto, ou seria um defunto autor (Brás coloca-se nessa última categoria)? O Romance é uma (auto)biografia do anti herói Brás Cubas. Ele começa a narrativa no dia de sua morte, contando suas últimas visitas e alucinações, para logo em seguida retroceder no tempo (e espaço) para narrar os fatos de sua vida.
Depois do seu funeral, somos levados a infância, seguida pela adolescência e sua primeira paixão (aos 17 anos) pela cortesã Marcela. Romance este que não durou muito, pois seu pai o mandou estudar Direto em Coimbra, Portugal.
Da mesma forma que foi, voltou a chamado do pai pois a mãe estava à beira da morte. Ele então namora Eugênia, a filha de uma amiga pobre da família ("Por que bonita, se coxa? por que coxa, se bonita?", desculpa adoro esse trecho xD ), enquanto o pai procurava arranjar um casamento de interesse com Virgília, a filha de um político, o Conselheiro Dutra.
Brás Cubas em Quadrinhos
Virgília, no entanto, acaba casando-se com um político, Lobo Neves, e posteriormente se torna amante de Brás, mantendo com ele encontros na casa de dona Plácida. Antes do caso começar, o pai de Brás falece, iniciando assim uma guerra pela herança entre Brás e a irmã Sabina.
Em meio a tudo isso, Brás reencontra Quincas Borba, um amigo dos tempos de escola, que lhe apresenta uma doutrina filosófica que criara, o Humanitismo. Virgília parte para o Norte, acompanhando o marido, nomeado presidente de província. Brás namora então a sobrinha do cunhado Cotrim, mas a garota morre aos 19 anos. Ele, que já se tornara deputado, fracassa na tentativa de virar ministro de Estado (que tem o capítulo intitulado "De como não fui ministro d'Estado" que nos deixa com uma página cheia de pontos e nada mais). Frustrado, funda um jornal de oposição. Percebe, então, que Quincas Borba está enlouquecendo aos poucos.
Procurado por Virgília, já idosa, Brás ampara dona Plácida, que morre pouco depois. É um período cheio de perdas e decepções: morrem Marcela, o louco Quincas Borba, Lobo Neves e Eugênia aparece em um cortiço. Ao tentar inventar um emplasto que lhe daria a fama, Brás Cubas adoece e recebe a visita da ex-amante Virgília e do filho dela. Morre depois de um delírio, aos 64 anos.
Machado tem o costume de tentar pegar o leitor na armadilha da "imparcialidade do narrador" (como em Dom Casmurro por exemplo), mas não é porque Brás está morto, que suas opiniões morreram com ele. Narrativas em primeira pessoa sempre são tendenciosas. Ele nos conta o que viu, sentiu e pensou: nada de descrição de paisagens e figurinos, vamos nos aprofundar no subconsciente, vamos nos focar na problemática social envolvida.
A história em si não é uma grande história de vida, mas a forma como foi posta por Machado a torna fantástica. O uso da metalinguagem a história falando da história, a conversa do autor entre o leitor, um perspectiva deslocada, o conjunto do todo a fez essa história clássica. Eu amo e recomendo, uma leitura praticamente obrigatória para os amantes da leitura!
Está na hora de começarmos a valorizar nossos tesouros nacionais! ;]


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