Título: O Auto da Compadecida
Gênero: Comédia, Romance, Drama
Direção: Guel Arraes
Baseado em: Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
Elenco: Matheus Nachtergaele (João Grilo), Selton Mello (Chicó), Marco Nanini (Cangaceiro Severino de Aracaju), Fernanda Montenegro (Nossa Senhora), Denise Fraga (Dora), Lima Duarte (Bispo), Rogério Cardoso (Padre João), Diogo Vilela (Eurico), Maurício Gonçalves (Jesus Cristo), Virginia Cavendish (Rosinha), Paulo Goulart (Major Antonio Morais), Luis Melo (Satanás), Bruno Garcia (Seu Vicentão), Enrique Dias (Capanga de Severino), Aramis Trindade (Cabo Setenta).
Ano de Lançamento: 2000
Duração: 157 minutos.
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ (pode por mais?)
"Tô cansado dessa agonia de ficá rico, ficá pobre, ficá rico, ficá pobre..."
Um dos ícones do cinema brasileiro, lançado em 2000, O Auto da Compadecida foi baseado na obra homônima de 1955 do ilustre nordestino com muito orgulho Ariano Suassuna, que infelizmente nos deixou para um sarau literário no Paraíso ontem (23/07/2014), aos 87 anos. Só pode ser essa a explicação para a perda lastimável de 3 dos nossos queridos escritores, ele, João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves, no mesmo mês :'(. O filme foi indicado ao prêmio de melhor filme e recebeu os prêmios de melhor roteiro, melhor diretor, melhor ator e melhor lançamento do Grande Prêmio Cinema Brasileiro, além de já ter sido exibido em outros países com críticas positivas e outras indicações e prêmios de outros festivais.
Acredito que todo mundo já assistiu esse filme na Rede Globo umas trinta vezes. Pode passar mais trinta que eu vou adorar e gargalhar do mesmo jeito. Com bordões que entraram para a história, como "Bife passado na manteiga pra cachorra e fome pro João Grilo!", "Num sei, só sei que foi assim", "Ô promessa desgraçada, ô promessa sem jeito!", "Matar padre dá uma azar danado - sobretudo pro padre", "Desse jeito o inferno termina igual uma repartição pública. Existe, mas não funciona.", "Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens." - entre outros - o filme traz às telas com muito humor e ironia as aventuras de dois nordestinos, João Grilo (Nachtergaele) e Chicó (Mello), o primeiro mestre em contar mentiras para salvar a pele (até voltar da morte e escapar do inferno ele já conseguiu) e o segundo um covarde metido a corajoso.
Ambos são muito pobres e sobrevivem de pequenas tramoias e saques enquanto vagam pelo sertão. Em um desses golpes, eles se envolvem com Severino de Aracaju (Marco Nanini), um temido cangaceiro, que os persegue pela região. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro), quando João Grilo aparentemente morre.
Com uma mistura de drama, romance e muita comédia, o filme também aborda aspectos culturais e religiosos do nordeste do Brasil. Primeiramente, O Auto da Compadecida nasceu como uma peça teatral de Ariano, virou minissérie da Globo em 1999 e depois Guel Arraes transformou em filme, acrescentando cenas de outras duas peças do mesmo autor, Torturas do Coração e O Santo e a Porca. Um filme aclamadíssimo tanto no nosso país quanto lá fora só podia ser baseado no livro de um escritor maravilhoso, de um saber riquíssimo e que nunca perdeu o humor, que trouxe o reconhecimento do valor das obras nordestinas para o mundo, como tantas outras jóias que nós possuímos, mesmo com tantos perrengues, tanta falta d'água, tanto preconceito... Povo mais forte que esse não existe!
E essa foi nossa singela homenagem a esse mestre da literatura nacional. Espero que tenham apreciado! :)
Trailer:
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