08/12/2015

Série: The Last Kingdom


Título: The Last Kingdom (O Último Reino)
Gênero: Ação, Aventura, Drama
Canal: BBC America
Direção: Chrissy Skinns, Stephen Butchard
Elenco: Alexander Dreymon (Uhtred de Bebbanburg), David Dawson (Rei Alfredo), Peter Gantzler (Earl Ragnar o Intrépido), Alexandre Willaume (Kjartan), Ian Hart (Padre Beocca), Matthew Macfadyen (Lord Uhtred - pai), Tobias Santelmann (Jovem Ragnar), Emily Cox (Brida), Adrian Bower (Leofric), Thomas W. Gabrielsson (Guthrum), Joseph Millson (Ælfric), Simon Kunz (Odda), Harry McEntire (Æthelwold), Rune Temte (Ubba), Brian Vernel (Jovem Odda), Amy Wren (Mildrith).
Ano de Estreia: 2015
Número de Temporadas: 1
Duração dos Episódios: 55 minutos
Minha Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

"Meu nome é Uhtred. Sou filho de Uhtred, que era filho de Uhtred, cujo pai também se chamava Uhtred."

O ano é 866 d.c. O local: a fortaleza de Bebbanburg na Nortúmbria (atual castelo de Bamburgh, em Northumberland). É aqui que a nova série do canal BBC America, The Last Kingdom, começa, baseando-se nas Crônicas Saxônicas do escritor Bernard Conrwell. Somos apresentados primeiro a Osbert, que com a morte do irmão mais velho, é rebatizado como Uhtred, filho de Uhtred, que também era filho de Uhtred. O garoto nobre e herdeiro de Bebbanburg, perde o pai em uma das incursões Vikings em terras anglo-saxônicas. E ainda para completar, é sequestrado pelos dinamarqueses e posteriormente criado como filho pelo earl* dinamarquês Ragnar. Será pela visão de Uhtred que veremos os dois lados da história.

Tanto a obra de Bernard Cornwell como o seriado da BBC America retratam a história das invasões Vikings nos reinos anglo-saxões, que hoje compõem a Inglaterra. No século IX, o grande reino de Wessex era governado pelo rei Alfredo o Grande, principal responsável pela unificação da Inglaterra. Era o único reino que resistia aos ataques dos nórdicos. Mas vamos nos atentar apenas ao seriado nessa resenha, por enquanto. O personagem principal, Uhtred, é fictício, mas foi baseado em um dos senhores de Bebbanburg que se chamava Uhtred e inclusive, é ancestral do escritor, segundo disse o próprio Bernard Cornwell.


A série leva o nome do primeiro livro das Crônicas Saxônicas, O Último Reino, apesar de retratar em 8 episódios os acontecimentos também de O Cavaleiro da Morte, segundo livro. Passam-se alguns anos e vemos Uhtred já adulto, em 872 d.c., convivendo com os dinamarqueses e sendo tratado como filho do earl Ragnar. Ele deixou de lado o cristianismo e cultua os deuses nórdicos que os dinamarqueses cultuam. Ao lado de sua amiga e amante, Brida, uma saxã que também foi sequestrada pelos dinamarqueses, mas por ter tanto ódio dos saxões, acaba se considerando uma dinamarquesa assim como ele, Uhtred  se torna um grande guerreiro, que com o assassinato do earl Ragnar, volta para os saxões, afim de recuperar sua antiga fortaleza por direito, que havia sido tomada por seu tio Ælfric** após a morte do seu pai.


Mas para isso, Uhtred primeiro precisa de um exército, já que Bebbanburg é praticamente inexpugnável, e também de dinheiro, além é claro de vingar a morte de Ragnar, morte essa que começa a recair sobre suas costas, pois além de ser saxão de nascença, foi o único que sobreviveu. Tentando conseguir tudo isso, Uhtred e Brida vão parar em Wessex, o último reino resistente aos Vikings. Lá, Uhtred faz um juramento e se alia ao rei Alfredo para defender Wessex. O problema é que Uhtred é considerado um dinamarquês e um pagão, sendo mal visto pela rainha e por Odda, o Jovem, que acaba virando uma pedra no seu sapato. Mas nem só de inimigos vive Uhtred. Em Wessex, ele reencontra o padre Beocca, seu antigo tutor de Bebbanburg, e o único padre por quem ele tem apreço, que será de grande ajuda para enfiar na cabeça do rei que Uhtred pode ser confiável.


Nos livros, Bernard Cornwell acertou em cheio ao criar Uthred no meio de toda essa guerra. Ora torcemos pelos saxões, ora pelos dinamarqueses. Os olhos de Uthred são os nossos olhos e é a partir dele que vamos formar nossa opinião. Fica difícil escolher um lado quando entendemos ambos os motivos, as ambições e anseios. E é isso que torna a obra inteira uma maravilha. E eu espero que na série isso seja muito bem aproveitado.


De início, para quem leu os livros, irá notar algumas grandes diferenças, a começar pelas características físicas dos personagens: no livro, Uhtred é um homem loiro, e muitas vezes sua descrição remete ao deus nórdico Thor; Brida é uma moça magra, branca e dos cabelos negros; padre Beocca é um velho que tem um defeito nas pernas e anda mancando, além de ter um olho cego. Alfredo até que ficou um pouco semelhante, apesar de eu achar que devia ser ainda mais magro e com cara de homem doente. Não temos Æthelred de Mércia, o primo insuportável de Uhtred, na série, infelizmente, pois era um perfeito antagonista. A não ser que nas próximas temporadas esse personagem seja incluído (espero), afinal o destino é inexorável rs (entendedores entenderão). Só tenho uma reclamação: o crescimento de Uhtred com os dinamarqueses deveria ter se estendido por mais de um episódio, um episódio achei muito pouco. Mas analisando a série em separado, até para quem já leu os livros, como eu, é uma série bem desenvolvida e de excelente qualidade. E não podia deixar de citar as paredes de escudo ♥, momento mais esperado da série, que na obra de Cornwell são praticamente um personagem, de tanto que aparecem: muito bem construídas aqui na série, por sinal.


Não sei se será renovada, a BBC America ainda não confirmou nada, mas espero que seja. Especulam por ai que cada temporada abordará dois livros. Também fizeram muitas comparações com a série Vikings, pois ambas retratam a mesma época. Mas, grande fã de Crônicas Saxônicas que sou, prefiro não comparar as duas histórias. Para mim, cada uma é cada uma. Recomendo também a leitura dos livros, são 8 até o momento, então é bom começar logo rs. Divirtam-se

Trailer:


Confira aqui os 6 livros das Crônicas Saxônicas já resenhados no nosso blog:


* earl ou jarl é o nome dado aos grandes senhores de classe alta e proprietários de terras.
** a pronúncia dessa letra Æ pode ser feita apenas como um "e" aberto mesmo. 


2 comentários:

  1. Olá Mariana!
    Parece ser uma série interessante, nunca li os livros, mas vou procurar depois nas suas resenhas para entender melhor sobre o que se trata :D
    Beijinhos e até logo!

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  2. Olá!
    Estou assistindo a série e estou gostando mesmo com as pequenas diferenças em relação ao livro. Gostei do protagonista, o ator é bastante carismático.
    Bjs

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