11/06/2014

Livro: O Retrato de Dorian Gray


Título: O Retrato de Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Editora: Martin Claret
Ano de Publicação: 1890
Número de Páginas: 177

"A beleza é uma forma de gênio... Mais elevada até do que o gênio pois dispensa explicação. Faz parte dos grandes fatos do universo, como a luz do sol, ou a primavera, ou o reflexo... A beleza não sofre contestação, tem o direito divino da soberania torna príncipe os que as têm... Dizem que a beleza é apenas superficial como o pensamento."

O Retrato de Dorian Gray foi escrito por Oscar Wilde, considerado um dos grandes escritores ingleses do século XIX, e publicado pela primeira vez em 1890, revisado e republicado em 1891. Ganhou adaptações para o cinema, a mais recente de 2009, sendo lido e famoso até hoje.

Sinopse: "Versão de Oscar Wilde para o mito faustiano da perda da alma em troca dos prazeres mundanos, "O retrato de Dorian Gray" é um relato de decadência moral e punição, exemplo do humor cáustico e refinado de seu autor. Dorian Gray é um belo e ingênuo rapaz retratado pelo artista Basil Hallward em uma pintura. Mais do que um mero modelo, Dorian Gray torna-se inspiração a Basil em diversas outras obras. Devido ao fato de todo seu íntimo estar exposto em sua obra prima, Basil não divulga a pintura e decide presentear Dorian Gray com o quadro. Com a convivência junto a Lorde Henry Wotton, um cínico e hedonista aristocrata muito amigo de Basil, Dorian Gray é seduzido ao mundo da beleza e dos prazeres imediatos e irresponsáveis, espírito que foi intensificado após, finalmente, conferir seu retrato pronto e apaixonar-se por si mesmo. A partir de então, o aprendiz Dorian Gray supera seu mestre e cada vez mais se entrega à superficialidade e ao egoísmo. O belo rapaz, ao contrário da natureza humana, misteriosamente preserva seus sinais físicos de juventude enquanto os demais envelhecem e sofrem com as marcas da idade". 
Como vemos pela sinopse, o livro conta a história de um jovem, belo e ingênuo, chamado Dorian Gray, que chega à alta sociedade londrina do século XIX e desconhecia o poder que a sua beleza poderia exercer nas pessoas. Por esse motivo, deixa-se pintar pelo artista Basil Hallward, que passa a idolatrar o jovem e seu retrato. Dorian não só é seu modelo por sua beleza física, mas também tornou-se uma fonte de inspiração para outras obras e, implicitamente no texto, uma paixão platônica por parte do pintor. Mas o seu retrato, que Basil não quer expôr por ter colocado "muito de mim mesmo", foi sua grande obra-prima; ele então presenteia Dorian com o quadro. Porém, nesse meio tempo, ele conhece o Lorde Henry Wotton, amigo de Basil (um aristocrata cínico e astuto que gostava das curtições que a vida na sociedade inglesa podia oferecer) que o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer .  

Dorian então começa a se tornar um homem fútil, corrupto e mundano, e deseja que suas beleza e juventude durem para sempre para que ele possa continuar famoso e atraindo as pessoas em sua volta, sendo o centro das atenções. 
"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!"
Após um pacto, Dorian consegue seu intento, e enquanto permanece jovem e belo - porém cada vez mais imoral, superficial, libertino e egoísta -, seu retrato é quem se modifica, envelhecendo e se deteriorando, expondo marcas, rugas e cicatrizes, não apenas físicas, mas de sua alma que vai se degenerando de acordo com suas atitudes. Ele conhece e se apaixona pela atriz Sibyl Vane e sua atuação; cria coragem e se declara para a moça e o seu amor é correspondido, ficando noivo da jovem. Contudo Dorian é um fraco e ele precisa da aprovação das pessoas. 

Ao levar seus amigos para ver uma peça onde Sibyl atua, dessa vez de forma péssima por estar nervosa, os amigos saem do teatro e ele, decepcionado com a noiva, a trata de forma cruel e devastadora. Arrasada, Sybil se suicida, mas Dorian, já completamente transformado em um ser vil e sem remorso, trata sua morte como uma encenação teatral. E é nesse ponto que Dorian começa a perceber as mudanças no quadro, que permanece escondido e assume toda a podridão de sua alma. Porém, para ele, nada disso mais importa, contanto que continue lindo e imaculado. Mas até quando seu corpo e sua alma aguentariam tantas mentiras, até quando a libertinagem o saciaria?

Conhecido por suas obras irônicas e sua homossexualidade (inclusive foi preso por isso), Oscar Wilde ganhou fama com O Retrato de Dorian Gray. Expressa em seu livro de forma ácida, gótica e filosófica a hipocrisia da era vitoriana, retrata uma sociedade de homens e mulheres muito corretos, mas perfeitamente dispostos a se fascinarem por um belo jovem que nunca envelhece. Uma sociedade repleta de mentiras e disfarces, por fora puritanos, por dentro, lascivos. E será que não somos assim até hoje? Eu recomendo, é um ótimo livro para pensar. Boa leitura!


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